sexta-feira, 9 de março de 2012

GOVERNO E EMPRESAS DISCUTEM ACORDO SOBRE FORMA DE DESCARTAR LÂMPADAS

MUITAS LÂMPADAS FLUORESCENTES PARAM NA RUA E DEPOIS VÃO PARA LIXÕES, O QUE É UM PERIGO PARA A SAÚDE E O MEIO AMBIENTE.

O Governo Federal e as empresas que fabricam ou importam lâmpadas fluorescentes estão perto de um acordo sobre a forma de descartar esse produto sem poluir o meio ambiente. E já decidiram quem vai pagar a conta para implantar o programa.
Formas e cores se multiplicam. O mercado de lâmpadas fluorescentes, que gastam até 80% menos energia do que as incandescentes, disparou na última década.
Cerca de 290 milhões são vendidas por ano no Brasil, quase todas importadas, como as do prédio onde Heron trabalha. “Quando queima, enrolo no jornal e jogo fora”, ele conta.
Essa é a prática no Brasil: 95% das lâmpadas fluorescentes são descartadas em lugares inadequados. Muitas vão parar na rua e depois vão para aterros e lixões. Um perigo para a saúde e para o meio ambiente, porque as lâmpadas fluorescentes têm mercúrio, um metal altamente tóxico.
A Lei de Resíduos Sólidos, aprovada há um ano e meio, diz que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes devem recolher e dar um destino adequado às lâmpadas usadas. Mas a lei ainda não foi implantada porque o assunto está sendo discutido pelo setor.
A proposta da Abilux, uma das duas associações que reúnem fabricantes e importadores, é que os consumidores entreguem as lâmpadas usadas em postos de coleta no comércio. Uma associação sem fins lucrativos responsável pelo transporte e pela descontaminação receberia dos fabricantes R$ 0,40 por lâmpada vendida. O custo seria repassado para o consumidor no preço da lâmpada.
“Se queremos um ambiente melhor, nós vamos ter que pagar pelo descarte adequado”, avalia Isac Roizenblatt, diretor da Associação da Indústria de Iluminação.
O governo diz que o programa deve começar até o fim de ano nas maiores cidades do país e que ainda estuda quanto o consumidor vai pagar.
“Está sendo avaliado, e o custo vai ter que ser repassado àqueles que são usuários das lâmpadas”, explica Zilda Veloso, do Ministério do Meio Ambiente.
Por enquanto, as iniciativas são voluntárias, como a da prefeitura de São José dos Campos, no interior paulista, que coleta e descontamina as lâmpadas.
Uma loja de material de construção em São Paulo gasta R$ 200 mil por ano para dar um destino adequado às lâmpadas levadas pelos clientes.
Os materiais são separados em uma fábrica. As pontas metálicas são vendidas para fundições. O vidro e o pó fosfórico vão para a indústria cerâmica. E o mercúrio é doado para institutos de pesquisa.
“Uma lâmpada fluorescente de 32 watts tem potencial para poluir 30 mil litros de água. Você imagina tudo isso indo para lixões, caçambas, de forma indiscriminada. O impacto ambiental é muito prejudicial”, alerta Carlos Alberto Pachelli, dono da empresa.
A Abilumi, outra associação dos importadores de lâmpadas, informou que concorda com a proposta que está sendo discutida. Alertou sobre a importância de que todo o setor cumpra o acordo para que não haja uma concorrência desleal com produtos mais baratos, de empresas que não seguirem as normas do descarte adequado.

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