segunda-feira, 22 de agosto de 2011

SÓ 17% DOS RIOS DE LONDRINA TÊM ÁGUA BOA

Pesquisa do IAP aponta que 83% apresentam algum tipo de poluição; situação é mais grave em pontos após estações de tratamento de esgoto
Estudo realizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) sobre a qualidade dos rios da área urbana de Londrina apontou que apenas 17% deles são considerados bons. Durante a pesquisa, desenvolvida de 2007 a 2009, foram analisadas amostras de 35 pontos das bacias do Jacutinga, Lindoia, Limoeiro, Cambé, Cafezal e Três Bocas. Os resultados se basearam em 20 tipos de análises, envolvendo padrões físico-químicos, bacteriológicos e ecotoxicológicos, como alcalinidade, turbidez e presença de coliformes fecais.
Dentre os rios com qualidade de água boa estão o Jacutinga e o Limoeiro. Já o Ribeirão Cafezal apresenta qualidade boa em alguns pontos, mas sua água aparece medianamente poluída após a estação de tratamento da Sanepar.
De acordo com o ambientalista do Instituto EcoMetrópole, João Batista de Souza, o João das Águas, um dos pontos mais graves é mesmo a qualidade dos rios em torno das estações de tratamento de esgoto.
Para João das Águas, a cidade carece de uma política de gestão das águas e de um melhor monitoramento das irregularidades e de transbordamento de esgotos por parte da Sanepar. “A água antes das estações é uma coisa e depois é outra bem pior. Londrina tem quase 90% da rede coletora de esgoto instalada, mas ele ainda precisa ser melhor tratado na estação. A Sanepar tem estações de tratamento do tipo secundária, que não remove nutrientes, coliformes e bactérias”. Para ele, embora demande investimentos, a eficiência seria melhor com estações de tratamento terciárias.
Sanepar culpa ligações clandestinas
A Sanepar informou, em nota oficial, que cumpre integralmente a legislação ambiental brasileira, que exige tratamento secundário do esgoto, exceto em casos de balneabilidade, quando há necessidade de tratamento terciário. Em entrevista à RPC TV, o gerente industrial da Sanepar, Roberto Arai, disse que a qualidade dos rios é regida pela resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), enquanto o tratamento de esgoto segue os parâmetros definidos pela resolução 01/2007 da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).
“A qualidade do esgoto está dentro do que a legislação exige. Temos uma eficiência de tratamento das estações na ordem de 95%”, acrescentou. De acordo com Arai, a Sanepar não tem poder de punir pessoas que fazem ligações clandestinas de esgoto, apenas orienta sobre os procedimentos corretos. “Nós trabalhamos com a conscientização dos moradores. As irregularidades são encaminhadas aos órgãos ambientais, para que tomem as medidas cabíveis.” 
Sujeira no Igapó
O advogado Zaqueu Berbel, que mora na rua em frente ao aterro do Igapó 2, lamenta a poluição e o assoreamento do lago, que chega a ter menos de 30 centímetros de água em alguns pontos. Segundo ele, uma das maiores reclamações dos moradores é a falta de rede de esgoto no local. “Há uns 40 dias, estourou uma fossa aqui na vizinhança e todo o detrito foi despejado nesse afluente da [Avenida] Prefeito Faria Lima. Ficou um cheiro terrível”, recorda.
Já para o autônomo José Cláudio Pantoja, que mora a uma quadra do Igapó, o problema maior é a sujeira de rua que vai parar no lago, sobretudo nos dias de chuva. “Tem muita sujeira, garrafas, coisas que o pessoal joga. É muita sujeira no Igapó”, reclama.

Fonte: Jornal de Londrina

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