segunda-feira, 27 de maio de 2013

FALTAM ALIMENTOS ORGÂNICOS NO MERCADO

PRODUÇÃO CRESCE CERCA DE 30% AO ANO, MAS AINDA NÃO É SUFICIENTE PARA ATENDER TODOS OS CONSUMIDORES; CERTIFICAÇÃO GRATUITA AJUDA A EXPANDIR A CADEIA PRODUTIVA
Após pesquisas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelarem a alta concentração de agrotóxicos em alguns alimentos, a procura por opções mais naturais - como os orgânicos - tem aumentado cada vez mais. Estimativa da Associação dos Produtores Orgânicos de Maringá (Pomar) mostra que a produção local cresce cerca de 30% ao ano - e mesmo assim não consegue atender todos os clientes.
Alimentos orgânicos são aqueles produzidos e beneficiados sem a utilização de agrotóxicos, fertilizantes e/ou aditivos químicos.
Para Sérgio Suzuki, vice-presidente da Pomar, o maringaense está cada vez mais optando por cardápios que priorizam alimentos orgânicos, e o consumo só não é maior por falta de alimentos. “Como somos produtores pequenos, ainda não conseguimos atender à demanda de grandes redes de supermercados, por exemplo.” Atualmente, 40 produtores fazem parte da Pomar – 17 de Maringá.


Preço
A reportagem de O Diário visitou um estabelecimento que comercializa alimentos convencionais e outro especializado em orgânicos para verificar a diferença de preços.

ALIMENTOS CONVENCIONAIS

ANALISADOS

Enquanto a unidade da alface convencional é encontrada por R$ 2,19, o mesmo alimento produzido organicamente sai por R$ 3,50. Diferenças também foram constatadas com a cenoura (R$ 2,59 a convencional e R$ 5,50 a orgânica) e com o pimentão verde (R$ 2,98 o convencional e R$ 11 o orgânico).
Apesar da diferença de valores, Maliko Arita, que cultiva alimentos orgânicos há 5 anos e há 2 tem um comércio especializado no segmento, menciona que o preço mais alto não atrapalha nos negócios. “Como a quantidade de frutas e verduras consumida é pequena, a escolha dos orgânicos não interfere no orçamento de nenhuma família”, acredita. 




Certificação
Para que os produtos orgânicos cheguem às prateleiras de sacolões e supermercados, órgãos competentes exigem uma certificação especial. E é o custo para a aquisição deste selo que, em muitos casos, acaba impedindo um crescimento mais acelerado do setor.

Para ajudar na organização e expansão da cadeia produtiva, o governo do Estado, através da Secretaria de Ciência e Tecnologia, em parceria com oito instituições de ensino superior, criou o Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos.
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) é uma das participantes do programa, que fica alocado no Departamento de Agronomia.
“A maior vantagem é que os pequenos produtores podem conseguir a certificação gratuitamente, enquanto que se fossem pagar pelo serviço, teriam que desembolsar anualmente pelo menos R$ 2 mil”, diz o coordenador do projeto em Maringá, professor Ednaldo Michellon.
Interessados em participar devem entrar em contato com o Núcleo de Certificação de Orgânicos pelo telefone (44) 3011-1378.



‘VALE A PENA’
Marília Furlanetto >> Médica


Vale a pena pagar mais caro pelos produtos orgânicos? Por quê?

Sim. Os agrotóxicos podem fazer mal para a saúde, aumentando casos de alergia e provocando danos ao trato gastrintestinal, alterações de humor e comportamento. Até diversos tipos de cânceres foram relacionados ao consumo de alimentos com níveis altos de agrotóxicos nos últimos anos. 

É possível retirar o excesso de agrotóxicos?

Algumas atitudes ajudam nesta tarefa, como lavar bem as frutas, verduras e legumes, utilizar uma escovinha para os alimentos mais resistentes e com casca, retirar e desprezar as folhas mais externas das verduras e legumes e deixar os alimentos de molho em uma solução de 1litro de água e 4 colheres de sopa de vinagre durante 20 min.
Contudo, agrotóxicos que já foram incorporados ao alimento durante seu plantio e crescimento não poderão ser completamente retirados.

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