quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

DIAGNÓSTICO DO LIXO EM LONDRINA

Criação de uma secretaria específica, instalação de aterro industrial e a estruturação das cooperativas são medidas sugeridas por grupo de 34 entidades
Anderson Coelho/20-02-2014
Índice de coleta seletiva é de 21,6 kg por habitante/ano
Saulo Ohara/28-01-2014
Segundo relatório, a CMTU gasta R$ 32 milhões por ano em coleta de lixo, repasse às cooperativas e gestão da CTR
Londrina – Representantes de 34 entidades se reuniram para fazer um diagnóstico da gestão dos resíduos sólidos em Londrina e sugerir melhorias a médio e longo prazos. A discussão foi promovida pelo Fórum Desenvolve Londrina, que realizou palestras com especialistas entre março e agosto de 2013 e analisou mais de 60 itens relacionados aos problemas na estrutura oferecida à população, as falhas no planejamento do serviço e a fiscalização precária. No total, foram apontadas 78 medidas que poderiam ser adotadas pelo Executivo. 

Segundo o relatório final elaborado pelo Fórum, a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) gasta, aproximadamente, R$ 32 milhões por ano nos serviços de coleta de lixo doméstico, no repasse às cooperativas que realizam a coleta de recicláveis e na gestão da Central de Tratamento de Resíduos (CTR). O estudo aponta que o custo da coleta fica em torno de R$ 145 por ano para cada um dos mais de 200 mil domicílios construídos em Londrina. O valor está acima da média nacional, que é de R$ 88,00 por imóvel. A taxa de coleta é incluída na cobrança no IPTU e o índice de inadimplência dos contribuintes atrapalha o repasse para o setor. De acordo com a CMTU, foram lançados R$ 19 milhões em 2013 referentes às taxas da coleta. Apenas R$ 13 milhões foram arrecadados e o município precisou remanejar recursos para quitar o restante. 

O presidente do Fórum, Claudio Tedeschi, ressalta que, mesmo com o pagamento em dia, o valor cobrado por meio da taxa incluída no IPTU seria insuficiente para manter o sistema. "Neste caso, o que nós vemos como solução é a melhoria na organização do sistema e a conversão da taxa em uma tarifa separada, por exemplo. Dessa forma, os grandes geradores de resíduos, como supermercados, passariam a arcar com os custos de forma diferenciada já que eles são responsáveis pela geração de mais quantidade de resíduos", explica. 

Cerca de 450 toneladas de resíduos são coletadas todos os dias em Londrina. A estimativa é que pouco mais de 200 toneladas sejam de material orgânico. Segundo o Fórum, o índice de coleta seletiva em Londrina é de 21,6 kg por habitante/ano. 

A preocupação dos representantes de entidades é com as metas estabelecidas para as próximas gestões. Até 2015, o volume de material reciclável coletado deve chegar a 59 kg por habitante/ano. 

"É necessário fazer um planejamento que sobreviva a várias administrações e que teria que ser seguido com o controle da sociedade para que tenha a implementação rigorosa", pondera Tedeschi. A aposta é na indústria da transformação para que os produtos possam ser reaproveitados pelo consumidor.

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