Uma missão da Agência Francesa de 
Desenvolvimento (AFD) esteve em Paranavaí nesta quarta-feira (22) para conhecer 
e avaliar projetos relacionados ao tratamento e destinação de resíduos sólidos. 
O município foi escolhido pelo Governo do Estado como referência no assunto e 
tem a chance de ser credenciado para ter acesso a uma linha de financiamento 
aprovada pela AFD para a Fomento Paraná. 
“A AFD está presente no Brasil há 
muitos anos e quer ser vista como uma parceira de longo prazo. Nosso objetivo 
com essa missão é servir ao Brasil e aos desafios que estão se apresentando na 
questão do tratamento e destinação de resíduos sólidos”, afirmou David Fardel, 
líder do projeto e responsável pela Divisão de Instituições Financeiras da AFD. 
Ao todo serão R$ 320 milhões para 
todo o estado e o objetivo é atender projetos públicos e do setor privado que 
visam cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina o fim dos 
lixões a céu aberto até agosto de 2014. Dos 399 municípios paranaenses, 214 
ainda destinam inadequadamente os resíduos — destes, 166 foram notificados pelo 
IAP (Instituto Ambiental do Paraná). 
O grupo, que foi recebido pelo 
prefeito Rogério Lorenzetti em seu gabinete de trabalho, visitou o aterro 
sanitário, construído em 2003, e que serve de modelo para o estado. No local, os 
visitantes conheceram um pouco mais sobre o sistema de células impermeabilizadas 
e como o serviço de coleta seletiva de lixo tem permitido aumentar a vida útil 
do aterro. 
“Quando construímos esse aterro, em 
2003, a vida útil prevista era de 20 anos. Hoje estamos com 10 anos de uso e 
ainda não ocupamos 50% do espaço. Isso aconteceu graças a nossa coleta seletiva, 
que vem se fortalecendo a cada dia”, destacou Edson Hedler, diretor de Gestão 
Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. 
Além de Paranavaí, outros três 
municípios da região (Tamboara, Mirador e São Carlos do Ivaí) utilizam o aterro 
da cidade por meio de convênio. Isso só foi possível graças à criação do 
Consórcio Intermunicipal Caiuá – Ambiental (CICA), de iniciativa do prefeito 
Rogério Lorenzetti, fundado no início de 2012 com o objetivo de unir forças para 
conseguir mais recursos e investimentos em projetos e ações para o 
desenvolvimento da região, em especial na área ambiental. 
“O modelo consorciado é uma tendência 
mundial e algo que dá certo, principalmente quando se tem prefeitos 
comprometidos como é o caso do Rogério, que busca fazer de Paranavaí referência 
no assunto. Uma coisa é um município fazendo a coleta seletiva sozinho. Outra 
coisa é um grupo de vários municípios fazendo a coleta em grande escala, o que 
gera um maior aproveitamento e renda”, observou Laerte Dudas, assessor da 
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
“Hoje, um município do porte de 
Paranavaí precisa de R$ 70 a 80 mil por mês para operar o aterro. Juntos, os 
municípios conseguem otimizar esse custo e impactar o menos possível o meio 
ambiente. O planeta é um só e os danos causados pelo mau gerenciamento do lixo 
não respeita limites geográficos. Os franceses já solucionaram a questão no país 
deles e agora procuram ajudar o planeta como um todo”, completou 
Dudas.
Segundo ele, a linha de financiamento 
aprovada pela AFD tem juros bem abaixo do mercado e o objetivo do Governo do 
Estado é auxiliar, por meio do seu corpo técnico, os municípios para que possam 
elaborar bons projetos que possam ter acesso ao recurso internacional. “Esse é 
um momento de conquista. Os R$ 320 milhões estavam passando pelo Brasil e o 
Governo do Paraná, através do Plano Estadual para a Gestão Integrada e Associada 
de Resíduos Sólidos Urbanos conseguiu chamar a atenção dos franceses. Agora que 
este recurso já está garantido para o estado, precisamos mostrar capacidade e 
projetos de qualidade para ter acesso a ele”, apontou o assessor. 
Para Lorenzetti, a visita da comitiva 
é sinal de que o município vem fazendo a tarefa de casa corretamente. “É sinal 
que estamos caminhando na direção certa. A união entre os municípios produziu o 
CICA, que está possibilitando a vinda dos recursos, e o que se pretende montar 
aqui é um projeto modelo para o estado e para o país. Acredito que essa 
iniciativa vai dar bons frutos para toda população do Noroeste do Paraná, 
visando proteger o meio ambiente, os nosso mananciais aqüíferos e dar solução a 
um projeto que hoje afeta todos os municípios que é a destinação do lixo 
urbano”, declarou o prefeito.  
“Os franceses ficaram bem 
impressionados com aquilo que viram e a chance de termos um resultado positivo é 
grande. Claro que isso depende agora de analises técnicas, de capacidade 
financeira dos municípios, que não é uma coisa simples, mas acredito que podemos 
obter êxito em um setor que é muito importante que é o do meio ambiente”, 
concluiu Lorenzetti. 
A comitiva visitou ainda a Área de 
Preservação Ambiental onde participou de um almoço na Fazenda Alvorada e 
conheceu o prato típico do município, a Costela ao Fogo de Chão. Logo em seguida 
o grupo participou de uma reunião do Consórcio Intermunicipal Caiuá – Ambiental 
(Cica), no auditório da Aciap, e encerrou a agenda com visitas a locais que 
trabalham com a separação do lixo reciclável. 
SOBRE A MISSÃO – A delegação é 
composta por três membros da AFD: David Fardel (líder do projeto/Divisão de 
Instituições Financeiras), Clémentine Dardy (Divisão de Desenvolvimento Urbano) 
e Laure Schalchi (Gerente de Projetos/Escritório AFD Brasília), além de 
consultores, tradutor, representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e 
da Fomento Paraná. 
Durante a passagem por Paranavaí, a 
visita do grupo também foi acompanhada por secretários municipais – entre eles 
João Marques, do Meio Ambiente –, representantes do Instituto das Águas, 
Instituto Ambiental, Sanepar, Secretaria de Desenvolvimento Urbano e 
Paranacidade, Fomento Paraná e Câmara Municipal, representada na ocasião pelo 
seu presidente, Mohamad Smaili. 

 
 
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