O descarte irregular de lixo em alguns pontos crônicos, entre eles fundos de vale, continua preocupando autoridades de Paranavaí, que não descartam a possibilidade de uma nova epidemia de dengue no município. De acordo com Randal Fadel Filho, diretor da Vigilância em Saúde (Visa), todos os 16 pontos que receberam limpeza completa com o caminhão de apoio em outubro deste ano voltaram a ser poluídos indiscriminadamente pela população.
Durante a reunião do Comitê Municipal de Combate e Prevenção à Dengue, realizada nesta quinta-feira (12), o diretor exibiu fotos tiradas no início deste mês que mostram a desova de lixo em pontos críticos como os das ruas X (no Jardim Morumbi e Oásis), Rio Grande do Sul, Longuino Boraczynski, José Ebiner, José de Souza Leite, Amador Aguiar, Avenida Tancredo Neves e Conjunto Residencial Étore Giovine. Segundo ele, algumas pessoas já foram flagradas desovando lixo nesses locais e foram encaminhados ao Ministério Público.
“Todos estes locais contam com coleta de lixo orgânico e reciclável, sem falar no caminhão de apoio que passa por ali todas as semanas, então nada justifica esse tipo de ação”, afirmou o secretário municipal de Meio Ambiente, João Marques, que esteve presente na reunião que contou ainda com a participação dos secretários Agamenon Arruda de Souza (Saúde) e Eurípedes Lemes Silva (Infraestrutura), do vereador Walter dos Reis, do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Adilson Francisco, e membros do comitê. Ao todo, 32 instituições foram convidadas para a reunião, mas apenas 11 foram representadas.
BALANÇO - Esta foi a última reunião da entidade neste ano. Na oportunidade foi apresentado um relatório sobre a situação da dengue no município e discutidas estratégias para o enfrentamento da doença em 2014.
Segundo Randal, quatro casos positivos de dengue (sendo 1 importado) já foram confirmados no município deste outubro. A cidade está tendo, em média, três notificações diárias da doença, sendo que 45 ainda aguardam resultado.
“Embora o último Lira tenha apresentado um índice de infestação predial dentro do tolerável, o risco de uma nova epidemia ainda é alto por causa da circulação viral. Além disso, temos a chegado do verão, com clima quente e chuva, e das férias, onde muitos imóveis ficam fechados. Além disso, estamos encontrando entre 20 a 30 focos do mosquito diariamente durante nossas visitas”, destacou o diretor.
Entre as principais ações do setor realizadas neste ano, ele ainda destacou a reativação do Comitê, a semana de mutirão de combate a dengue realizada em outubro, a reestruturação da equipe de pontos estratégicos, a elaboração do Plano de Contingência para Epidemias de Dengue para 2013/2014 e a intensificação de campanhas educativas e palestras em diversas entidades.
O diretor reconheceu que, por causa da epidemia de dengue que se alastrou no município no início deste ano, os três primeiros ciclos de visitas não puderam ser concluídos principalmente por falta de recursos humanos para o desenvolvimento do trabalho, mas que agora o serviço está sendo realizado dentro do prazo e parâmetros estabelecidos pelas Diretrizes do PNCD (Programa Nacional de Combate a Dengue).
Com mudanças de estratégias – visitas em horário de almoço e finais de semana –, o setor de endemias conseguiu reduzir o índice de imóveis fechados que era de 14% no quarto ciclo de visitas, para 12% no quinto ciclo. “O número ainda continua alto e novas medidas serão tomadas visando a redução do mesmo”, declarou o diretor.
FÉRIAS DE AGENTES – Seguindo uma recomendação do Ministério Público, o Setor de Endemias estabeleceu uma programação de férias dos agentes ao longo de 2014 a fim de que os trabalhos de orientação e administrativo não sejam prejudicados. De acordo com a escala, cada mês quatro agentes, sendo um por equipe, serão liberados para as férias. No caso de uma nova epidemia, nenhum agente terá férias liberada nos meses de janeiro, fevereiro e março.