A tradicional Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, neste final de semana na cidade de Porto Rico, terá este ano uma atração extra que reflete a preocupação ambiental com relação ao meio hídrico e suas influência não só para a flora e fauna ribeirinhas, mas também para todas as comunidades: a soltura de mais de 100 mil peixes de espécies nativas.
A água doce que já falta em muitas cidades brasileira é sinônimo de vida e a preservação das minas, córregos e rios é palavra de ordem da administração do prefeito Roberto Pupin, em Maringá. Desde o início da gestão a Secretaria do Meio Ambiente é uma das mais dinâmicas, voltada para a ação direta de proteção e recomposição das áreas verdes do município, principalmente nos fundos de vale invadidos, depredados, muitos transformados em depósitos irregulares de lixo.
"Nós estamos recompondo minas, córregos, arborização nativa, com apoio dos maringaenses. Temos a consciência de que não existe um curso de água isolado: todos são interligados. O que polui uma mina, um riacho, acaba no rio maior. Os fundos de vale estão sendo transformados em áreas protegidas por alambrados, com pistas de caminhada em torno para o lazer da população. Nossos próprios cidadãos estão fiscalizando e denunciando abusos contra a natureza", explica o secretário Umberto Crispim de Araújo que, com autorização do prefeito, pratica a política ambiental com a mão na massa, com atos concretos levados inclusive a outros municípios, com replantio de florestas ribeirinhas e soltura de peixes em mais de uma dezena de rios regionais: do Pirapó ao Ivaí e extrapolando as fronteiras estaduais, o Paranapanema e agora ao Paranazão.
SÁBADO EM PORTO RICO - A iniciativa pioneira está marcada para o próximo sábado às 14 horas, na rampa de barcos de Porto Rico, e conta com a parceria das prefeituras de Paranavaí, de Porto Rico, das Unimed de Maringá e Paranavaí, mobilizando outras prefeituras dos 28 municípios da região da AMUNPAR, empresas, associações.
Para o prefeito Roberto Pupin, a escassez de peixes no Rio Paraná é clara evidência de que o meio ambiente, o rio, não estão bem. E que algo precisa ser feito para recuperar a fauna do rio em primeiro lugar, passando depois para a recomposição da vegetação ribeirinha e combate a focos de depredação e poluição.
De acordo com o prefeito Rogério Lorenzetti, de Paranavaí, o evento dará maior consistência ao evento anual de Porto Rico por englobar algo que é do interesse de todos e que precisa ser enfrentado coletivamente: os problemas ambientais já visíveis inclusive no Rio Paraná.
Para o prefeito Paulo Prates, de Porto Rico, essa visão e apoio dos demais prefeitos e entidades é importante já que seu município depende muito do Paranazão e as providências precisam ser tomadas não só no trecho municipal, mas ao longo de todo o curso do rio: "O primeiro ponto que precisamos conquistar é o da conscientização. A soltura dos 100 mil peixes é um foco novo no evento, importante para despertar a atenção de todos para a questão ambiental. É o primeiro grande passo de uma caminhada para cuidar desse que é um dos maiores patrimônios de água doce do mundo".
De acordo com os organizadores, é tal o número de peixes – alevinos em idade juvenil – que serão transportados em dois caminhões até a rampa. Alguns serão soltos no local – principalmente para o registro da imprensa - mas a maioria levada em barcos para áreas protegidas por galhadas e outros tipos de vegetação, e entradas de córrego onde terão maiores chances de sobrevivência.
As variedades que deverão ser soltas nesse sábado a partir das 14 horas: dourados, pintados, piaparas, pacus, corimbas e uma novidade: cascudos, uma espécie em franca extinção – a espécie tem como característica a baixa fecundidade - e importante para o ecossistema. Embora não seja um costume regional, na Amazônia onde se consome muito peixe, o cascudo é um dos peixes mais apreciados: é servido em sopas, cozido, frito, em sanduíches e até em pizzas. (Ass. Imp. Sec. de Meio Ambiente de Maringá)