terça-feira, 30 de julho de 2013

FIQUE SABENDO!!!

Olga Leiria
Sacos de resíduos abandonados nas lixeiras passaram a fazer parte da paisagem de Londrina
Olga Leiria/04-06-2013
"Vamos absorver o que há de mais moderno em termos de tecnologiano mundo", prometeu Geirinhas
Empresários europeus teriam mostrado interesse em participar do programa
Londrina – Vários grupos internacionais, de países como Suécia, Espanha, Noruega, França e Itália, já confirmaram interesse em participar do gerenciamento do projeto Lixo Zero, de acordo com a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). O programa, lançado em maio, tem como objetivo reduzir a zero o descarte de resíduos em Londrina. 

O cronograma anunciado pela CMTU prevê que o projeto entre em funcionamento em até 460 dias. Hoje, Londrina recicla apenas 5% das 600 toneladas de lixo que produz por dia. 

"O interesse de consórcios europeus mostra que o nosso programa está no caminho certo e com isso vamos poder absorver o que há de mais moderno em termos de tecnologia no mundo", destacou o presidente da CMTU, Carlos Geirinhas. 

Neste momento, o programa cumpre o prazo de 30 dias do cronograma para o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), período para que as empresas entrem em contato com a CMTU. Em seguida, as interessadas no serviço terão 60 dias para apresentarem seus projetos. 

"A partir dos projetos poderemos definir os modelos e os custos. O poder público só tem parte do que precisa ser investido, por isso, acredito que o caminho são as Parcerias Público-Privadas (PPPs). Imagino a CMTU, no futuro, como uma agência reguladora e de fiscalização", relatou Geirinhas. 

O Lixo Zero consiste em implementar coletores de lixo fechados, enterrados ou aéreos, nos bairros da cidade. Eles receberiam os resíduos, separados entre secos e úmidos, que seriam recolhidos por cooperados de porta em porta. Haveria dias específicos para o recolhimento dos resíduos. 

"Caminhões retirariam os resíduos dos coletores e encaminhariam para um Centro de Processamento de Resíduos (CPR). Os caminhões teriam apenas o motorista, já que toda esta transferência seria automatizada. Os veículos não serão de compactação, como temos hoje, que destrói boa parte do lixo. Serão caminhões mais simples e baratos", explicou o presidente da CMTU. "No futuro os próprios moradores estarão treinados para levar o lixo até os coletores, sem mais a necessidade da figura do recolhedor." 

No CPR, o lixo será despejado em esteiras para a separação do que é reciclável e do que é inservível. O material não reciclável poderia ser transformado em compostagem, energia ou biogás. O projeto prevê, no primeiro ano, que 60% do lixo produzido seja processado, passando para 80% no segundo ano e para 100% no terceiro. 


Por exigência da lei, as cooperativas de materiais recicláveis estão inseridas no Lixo Zero. Geirinhas, no entanto, acredita que hoje elas não teriam condições de participar desse processo. "O caminho pode ser a criação de uma central de cooperativas, gerida por técnicos e profissionais." 

As atuais cooperativas passam por dificuldades para recolher o material reciclável. Os problemas vão desde falta de sacos verdes até falta de dinheiro para o aluguel de barracões. "Quando não tem os sacos verdes há uma queda de 40% no volume reciclado", disse o presidente da Cooperegião, Zaqueo Vieira. 

"Este modelo do Lixo Zero seria bem interessante para nós. Acredito que é um projeto muito bom e melhoraria bastante a qualidade do serviço e a nossa estrutura", frisou Nilza de Brito, presidente da Cooperoeste. 

Para o consultor em resíduos sólidos, José Paulo da Silva, a coleta do lixo em Londrina tem sofrido nos últimos anos por falta de gestão e de uma estrutura mais adequada para as cooperativas. 

"Se todo o lixo reciclado de Londrina fosse recolhido nós não teríamos onde armazená-lo. É necessário equipar os barracões das cooperativas para que elas possam acomodar e deixar os recicláveis prontos para a comercialização. Se a segregação e a coleta forem bem executadas, 100% deste lixo reciclável são comercializados", garantiu. 

Para Silva, a coleta de resíduos sólidos na cidade está "estrangulada". "Temos que ter três coletas diferenciadas. Uma do rejeito, uma do material orgânico, três vezes por semana, e uma do reciclado, pelo menos uma vez por semana. Destes, apenas o rejeito deve ir para a Central de Tratamento", frisa. "Este processo é uma corrente de três elos e para ser eficiente precisa ter segregação e coleta bem feitas e um destino final correto."

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