Quase R$ 4,5
milhões jogados no lixo todo ano. Este é o resultado de um estudo gravimétrico
realizado pela equipe técnica da Semam (Secretaria Municipal de Meio Ambiente)
que aponta o descarte inadequado de materiais no aterro sanitário de Paranavaí e
indica também quais regiões estão com maior e menor eficiência na separação dos
resíduos (lixo). Os índices apresentados ao prefeito Rogério Lorenzetti na
última semana mostram que os setores que englobam os jardins São Jorge, São
Vicente, Ipê e Morumbi, são os que apresentam melhores resultados com relação à
destinação correta do lixo.
“Todo mês são
literalmente ‘jogados fora’ no aterro sanitário R$ 372 mil em materiais
recicláveis, deixando de gerar renda para as famílias que trabalham na Coopervaí
e ainda prejudicando o aproveitamento das células de compostagem do aterro. Hoje
são quase 2 toneladas de resíduos que vão para o aterro todo mês. Se os
materiais recicláveis que estão indo indevidamente para o aterro fossem
corretamente separados e vendidos pelas famílias da Cooperativa de Catadores,
seria uma melhoria muito grande para a economia da cidade”, frisou o secretário
de Meio Ambiente, João Marques.
A pesquisa revelou, primeiramente,
uma boa evolução na destinação correta de resíduos para o aterro sanitário. Em
2008, a gravimetria apontou que 44% do material descartado no aterro era de
recicláveis, 40% de orgânicos e 16% de rejeitos (papel higiênico, fraldas e
outros). Nesta última gravimetria, houve uma redução na porcentagem de
recicláveis (34%) e um aumento proporcional de materiais orgânicos (51%). Os
rejeitos agora somam 14% enquanto 1% é classificado como outros materiais, como
resíduos eletrônicos, resíduos de saúde e materiais contaminados.
“Vemos que já há uma mudança de
mentalidade da população. O trabalho que fizemos com os grandes geradores de
lixo, por exemplo, já foi um fator muito positivo de evolução. Mas precisamos
melhorar ainda mais estes índices”, frisou Marques.
A Pesquisa – O estudo, chamado de composição
gravimétrica ou gravimetria, consiste basicamente em uma pesquisa por amostragem
para quantificar e qualificar os tipos de resíduos descartados pela população,
destinados ao aterro sanitário de Paranavaí. A pesquisa foi realizada entre os
dias 25 de julho e 1º de agosto, analisando os resíduos dos 11 setores atendidos
pelo município.
“Nós usamos
como base uma pesquisa científica realizada pela professora Dra. Lucila
Nagashima em 2008, antes da implantação da Coleta Seletiva no município, que
aconteceu em 2009. Na pesquisa, foram coletados, de cada setor, seis tambores
(quatro de cada canto do setor e dois da pilha central). Estes resíduos foram
despejados sobre um espaço com lona, separados e pesados. Assim conseguimos ver
que tipo de lixo está vindo para o aterro, se as pessoas estão descartando da
maneira certa ou errada, se está havendo a separação para a coleta seletiva,
etc. Quanto mais resíduos orgânicos e menos material reciclável, melhor está
sendo realizada a separação do lixo no setor”, explicou a técnica da Secretaria
de Meio Ambiente, Sueli Mieko Miamoto.
Resultados dos Setores –
Entre os 11 setores
da cidade que descartam resíduos no aterro sanitário, Os setores 2 (São Jorge e
São Vicente), 6 (Jardim Ipê) e 8 (Jardim Morumbi), foram os que apresentaram
melhor desempenho na separação do lixo. Nos jardins São Jorge e São Vicente,
58,77% do material destinado ao aterro sanitário é orgânico e 29,40% reciclável.
No Jardim Morumbi 56,94% são orgânicos e 28,60% materiais recicláveis, enquanto
no Jardim Ipê o índice é de 56,64 de orgânicos e 27,37% de
recicláveis.
Os setores que menos separam os
materiais enviados para o aterro são o Setor 3, que engloba os jardins Campo
Belo e Simone (40,30% de orgânicos e 39,70% recicláveis) e o Setor 4,
correspondente à Vila Operária e Panorama (39,99% orgânicos e 37,98%
recicláveis). Este último setor também é o que apresenta maior porcentagem de
outros materiais inadequados, como resíduos eletrônicos, de saúde e materiais
contaminados: 3,12%.
Ações administrativas –
Para colaborar para
o melhoria dos índices de Coleta Seletiva no município, o prefeito Rogério
Lorenzetti determinou que seja enviado um memorando para todos os órgãos
públicos de Paranavaí, solicitando a cooperação com a separação dos resíduos e
atenção aos dias e horários determinados da Coleta Seletiva nestes
pontos.
Um estudo gravimétrico anual também
será solicitado aos municípios do CICA (Consórcio Intermunicipal
Caiuá-Ambiental) que aderirem ao uso do aterro sanitário de
Paranavaí.
Setor 1 –
Graciosa e Matarazzo
Orgânicos –
39,34%
Recicláveis
– 35,39%
Rejeitos –
24,30%
Outros –
0,98%
Setor 2 –
São Jorge e São Vicente
Orgânicos –
58,77%
Recicláveis
– 29,40%
Rejeitos –
11,42%
Outros –
0,40%
Setor 3 –
Campo Belo e Simone
Orgânicos –
40,30%
Recicláveis
– 39,70%
Rejeitos –
18,10%
Outros –
1,90%
Setor 4 –
Vila Operária e Panorama
Orgânicos –
39,99%
Recicláveis
– 37,98%
Rejeitos –
18,91%
Outros –
3,12%
Setor 6 –
Jardim Ipê
Orgânicos –
56,64%
Recicláveis
– 27,37%
Rejeitos –
15,33%
Outros –
0,67%
Setor 7 –
Sumaré e Zona Leste
Orgânicos –
54,41%
Recicláveis
– 31,33%
Rejeitos –
14,07%
Outros –
0,19%
Setor 8 –
Morumbi
Orgânicos –
56,94%
Recicláveis
– 28,60%
Rejeitos –
11,97%
Outros –
2,49%
Setor 10
– Progresso e Maringá
Orgânicos –
56,12%
Recicláveis
– 34,67%
Rejeitos –
9,10%
Outros –
0,11%
Setor 11
e 5 – Centro e Antigo Aeroporto
Orgânicos –
43,67%
Recicláveis
– 44,53%
Rejeitos –
10,63%
Outros –
1,17%
Setor 11
e 9 – Centro e Jardim Ouro Branco
Orgânicos –
56,75%
Recicláveis
– 34,55%
Rejeitos –
7,57%
Outros –
1,13%
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