A destinação correta de resíduos teve uma evolução considerável nos últimos anos em Paranavaí graças a um trabalho de conscientização, fiscalização e orientação para a coleta seletiva no município. Ainda assim, um levantamento feito pela Semam (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) aponta que quase R$ 4,5 milhões em materiais recicláveis são literalmente jogados no lixo em um ano.
Para tentar solucionar o problema, a Secretaria realizou nesta terça-feira (14) uma reunião com os catadores recicladores do município para sugerir e orientar sobre a formação de cooperativas ou associações, permitindo que parte do material reciclável hoje enviado somente para a Coopervaí seja também destinado a eles.
“A ideia com a formação de uma cooperativa ou associação dos recicladores é agregar renda a estes micro empreendedores que trabalham exclusivamente com a compra e venda de materiais recicláveis. Todos os meses são descartados indevidamente no aterro sanitário R$ 372 mil materiais recicláveis, ou seja, tem muito material indo para o aterro que interessa aos recicladores. Além disso, a Coopervaí já nos apresentou em seu Plano de Trabalho que atualmente tem capacidade para separar 6 caminhões de material por dia, quando a média dos últimos meses tem sido de 10 caminhões. O município tem condições de aumentar e muito a coleta seletiva, mas hoje a dificuldade é que falta gente para receber esse material. Por isso nossa proposta é de auxiliar os catadores recicladores para a formação de uma cooperativa ou associação, para que possamos otimizar o trabalho de separação, contribuir com a geração de renda, com a preservação ambiental e ainda com a captação de recursos de vários âmbitos para este serviço”, explica o secretário de Meio Ambiente, João Marques.
Na avaliação do diretor de Gestão Ambiental da Semam, Edson Hedler, “o sistema cooperativista é a melhor estratégia para os recicladores. Até para vender os produtos recicláveis, trabalhando como cooperativa é possível conseguir preços melhores”.
Experiente no processo de formação de cooperativas e associações, o contador Dirceu Machado passou algumas orientações aos recicladores. “Para pleitear recursos junto às esferas governamentais, empresas e associações brasileiras, é preciso primeiramente ter um CNPJ de associação ou cooperativa, um projeto de utilidade pública. Só de possuir essa nova característica de empresa cooperativista ou associativista, as portas de recursos para maquinários e outros investimentos já se abrem com mais facilidade. Além disso, a Lei de Responsabilidade e outras questões legais não permitem que o município beneficie uma empresa individualmente, mas uma cooperativa já é mais fácil”, esclareceu.
Os recicladores que participaram da reunião mostraram interesse em se organizar em sistema de cooperativa e argumentaram que, individualmente, não têm condições hoje de receber o material excedente que está sendo destinado à Coopervaí. “Nos falta espaço. Cada um de nós, sozinho, é pequeno para este tipo de trabalho. Mas se nos organizarmos, nos unirmos, nos vermos como parceiros uns dos outros e não como concorrentes, todo mundo tem a ganhar”, concordaram os recicladores.
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