Começou a funcionar nesta sexta-feira (6) o primeiro biodigestor na APA Ribeirão Arara, instalado na propriedade de Ilton Dozinete Bigoto, localizada na Estrada do Barbalho. A obra é resultado de uma parceria entre município, Sanepar e Emater e vai garantir o saneamento básico das propriedades localizadas dentro da Área de Proteção Ambiental, evitando o risco de contaminação do lençol freático.
“Nós produtores só temos a agradecer a todos os envolvidos neste projeto. Como pequeno produtor, posso afirmar que não faríamos um investimento desses sozinhos. É uma iniciativa de grande valia para nós na propriedade. Antes nós contaminávamos o solo sem saber, por adotarmos uma cultura antiga e não termos conhecimento desta ferramenta tão simples para melhorar a qualidade da nossa produção. Nossa propriedade está de portas abertas para os vizinhos e outros interessados que queiram saber como funcionam essas fossas sépticas e queiram buscar a implantação delas também. E nosso papel é nos comprometermos a manter o bom funcionamento delas para garantir nossa casa higienizada e nossa produção cada vez com mais qualidade”, comemorou o proprietário Ilton Bigoto.
O gerente da unidade regional da Sanepar de Paranavaí, Arnaldo Rech, avaliou que os biodigestores resolvem um problema antigo nas propriedades rurais. “Antes os produtores faziam um buraco na terra e despejavam os resíduos dentro, contaminando o solo em que produziam e muitas vezes o lençol freático, com as infiltrações que ocorriam. As fossas sépticas (ou biodigestores) acabam com isso, porque são a maneira ambientalmente correta de se descartas os resíduos nas propriedades ruruais. No próximo dia 10 vamos fazer um treinamento com os produtores das 20 propriedades onde serão instalados os biodigestores para o manejo correto do equipamento. É um projeto simples e não tão caro. O investimento final chega a aproximadamente mil reais por fossa séptica. Isso é pra mostrar que não é tão difícil e tão caro cuidar do meio ambiente”, apontou.
“Paranavaí sempre foi muito preocupada com a questão da proteção da água, dos nossos mananciais. Hoje, para se abater um frango, por exemplo, é preciso utilizar 50 litros de água potável (não pode ser qualquer água, nada contaminado). Para abater um boi o volume é dez vezes maior, 500 litros. É por isso que alguns países não expandem a produção, por falta de água potável. E nós temos isso. Por isso é tão importante usarmos todas as ferramentas para proteger os mananciais e destinar adequadamente os resíduos, para que continuemos tendo água potável em abundância. Nessas condições, planejamento é tudo. E são iniciativas como esta, que envolveram estudos e planejamento, que demonstram que com integência e investimentos nem tão altos assim, podemos ajudar a proporcionar que o homem continue habitando a terra e tendo uma vida de qualidade. O município vai continuar empreendendo todos os esforços para que esse projeto não termine e para que mais produtores sejam contemplados”, destacou o prefeito Rogério Lorenzetti, que participou da entrega do primeiro biodigestor da APA do Ribeirão Arara.
Avaliação das lideranças – O vereador Antônio Alves, que representou a Câmara Municipal ao lado do vereador Walter dos Reis, elogiou o projeto e apontou que “ficamos muito felizes por ver o dinheiro dos nossos impostos sendo empregados em sustentabilidade. O que temos de essencial na vida é a água e o uso de ferramentas para protegê-la deve ser um exemplo para toda a nossa região. Quando cuidamos da água, cuidamos também da saúde, porque se temos água de qualidade, evitamos muitas doenças para as famílias. Parabéns pelo belo exemplo de dedicaçãoao meio ambiente e contribuição efetiva para a sustentabilidade”.
“Hoje é um dia importante, principalmente para os donos de propriedades da região da APA. Esta área é de onde vem a água que nós todos consumimos. As diretrizes atuais do Estado prevêem que os municípios façam a conservação do manancial, terraceamento, curvas de nível, demarcação, e a implantação dos biodigestores nas propriedades faz parte das estratégias para o cumprimento destas diretrizes. O que todos nós buscamos é a melhoria da qualidade e da quantidade de água disponível para a nossa população. Que possam vir mais parcerias como esta, que dá bons frutos, que traz bons resultados para todos”, avaliou o secretário de Meio Ambiente do município, Edson Hedler.
Histórico – O engenheiro florestal da Emater de Paranavaí, Erni Limberger, fez um breve histórico sobre a implantação da APA e as vantagens da implantação dos biodigestores nas propriedades. “A Área de Proteção Ambiental (APA) Ribeirão Araras possui 1.922 hectares e está situada na zona rural do município de Paranavaí, sendo constituída por 54 propriedades rurais. A APA constitui o manancial de água responsável pela maior parte do abastecimento do município e seu objetivo principal é garantir a qualidade da água do Ribeirão Arara”, comentou.
A partir da criação da APA, posteriormente denominada como Área de Proteção Ambiental Waldenício Barbalho, foi constituído o Conselho Gestor, que vem se reunindo mensalmente. O município de Paranavaí desenvolve assim diversos serviços visando à preservação, conservação e melhoria da qualidade da água do manancial.
A partir de 2012 foram iniciados os trabalhos de conservação de solo e recuperação de áreas com erosão dentro da APA, sendo investidos R$ 150 mil na construção de terraceamento (curvas de nível), recuperação de estradas, construção de caixas de águas pluviais serviços de contenção de erosão. Os recursos são provenientes do repasse realizado pela SANEPAR ao município, e o trabalho contou com orientação técnica da EMATER.
Em 2014 começou o trabalho de saneamento das propriedades com a Sanepar (em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e a EMATER) implantado as Fossas Sépticas.
Serão ao todo 20 fossas sépticas, que funcionam como biodigestores fazendo o tratamento dos resíduos dos sanitários, construídos nas residências existentes na APA. Cada biodigestor tem a capacidade de tratar os efluentes de uma residência com 4 pessoas e são compostos por três caixas de mil litros cada.
Os proprietários receberão da Sanepar um treinamento onde aprenderão a fazer a manutenção correta dos biodigestores. Desta forma não haverá mais o risco de contaminação do lençol freático com os resíduos sanitários das residências, que hoje estão sendo lançados em sumidouros sem nenhum tipo de tratamento.
O valor investido é de R$ 30 mil, proveniente do fundo Azul da Sanepar, além da contrapartida do município em horas máquina e da assistência técnica da EMATER, totalizando ao final recursos de R$ 72 mil.
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