Autoridades e população de Londrina precisam repensar o modo como vêm tratando o seu patrimônio verde
Uma das cidades mais edificadas do País, Londrina padece do mal da maioria das áreas urbanas brasileiras: a falta de cuidado com a arborização. Reportagem de ontem da FOLHA mostrou que a ausência de árvores em praças, vias públicas e no Calçadão aumenta o calor nesses espaços públicos.
Justamente no verão mais quente das últimas décadas – na segunda-feira os termômetros atingiram 38,6ºC em Londrina, segundo o Instituto Tecnológico Simepar, batendo o recorde dos últimos 29 anos na cidade para o mês de fevereiro -, a população deu-se conta da importância da arborização para amenizar o calor.
A reportagem deste jornal percorreu vários logradouros públicos e constatou que grandes áreas – como trecho reformado do Calçadão e a Avenida Ayrton Senna - ou bairros inteiros – como Residencial Vista Bela, na zona norte – estão desprovidos de árvores. Em grande parte do centro da cidade o excesso de concreto e asfalto contribuem para a formação de "ilhas de calor", fenômeno típico dos centros urbanos.
Atualmente, Londrina possui cerca 130 mil árvores, o que representa um exemplar para cada 3,84 habitantes. O ideal, segundo especialistas em meio ambiante, é de uma árvore para cada um dos seus mais de 500 mil moradores. Um problema a ser corrigido é que o plantio de novas espécies não se dá na mesma medida da erradicação e da queda de árvores em decorrência de problemas climáticos.
A esperança de que o verde volte a enfeitar as ruas de Londrina está na aprovação do Plano Diretor de Arborização (PDA). Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Cleuber Moraes Brito, o PDA deverá ser regulamentado ainda este ano e vai orientar a população no plantio de árvores. Ao contrário do que ocorre hoje em várias ruas da cidade em que arbustos estão plantados nas calçadas, o plano prevê a utilização de espécies de grande porte com copas que bloqueiam a radiação solar acima de 60%, e que possuam alta capacidade de absorção de dióxido de carbono.
Se é fato que a temperatura em todo o mundo vem aumentando ano a ano e o Brasil enfrenta um calor atípico para este período do ano, autoridades e população de Londrina precisam repensar o modo como vêm tratando o seu patrimônio verde.
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