Sem dúvida, não há desenvolvimento sem energia. No entanto, só há desenvolvimento sustentável com energia vinda de novas fontes renováveis. A demanda por energia é, hoje em dia, indiscutível, mas é preciso encontrar maneiras de suprir essa demanda.
Para isso é necessário que haja, simultaneamente, a integração deste assunto à comunidade internacional na questão sobre como lidar com o efeito estufa. Isso porque boa parte das emissões de gás carbônico se origina da produção de energia através das termoelétricas, movidas a combustíveis fósseis presentes em todo o mundo.
O Protocolo de Kyoto sobre Mudanças Climáticas, maior esforço a nível internacional para conter o avanço das emissões de CO2, aponta para o incentivo a energias renováveis como uma tendência internacional, tanto para esta década assim como para próximas.
As fontes de energia renováveis - como biomassa, pequenas hidroelétricas, eólica e energia solar, incluindo a fotovoltaica - oferecem inúmeras vantagens:
- Aumentam a diversidade da oferta de energia;
- Asseguram a sustentabilidade da geração de energia a longo prazo;
- Reduzem as emissões atmosféricas de poluentes;
- Criam novas oportunidades de empregos nas regiões rurais, oferecendo oportunidades para fabricação local de tecnologia de energia;
- Fortalecem a garantia de fornecimento porque, diferentemente do setor dependente de combustíveis fósseis, não requerem importação.
Confira cada uma delas:
O PODER DA BIOMASSA
Plantações podem ser cultivadas especificamente para a produção de combustíveis e a compostagem de material vegetal, também pode ser usada para produzir gás metano, que pode ser utilizado como combustível. No entanto, cultivos geneticamente modificados não devem ser usados com essa finalidade, bem como não deve haver emissões tóxicas (provenientes, por exemplo, do uso de agrotóxicos) resultantes da queima desse tipo de combustível. Resíduos florestais e agrícolas também podem ser usados para produzir eletricidade e aquecer, sem causar o aumento dos níveis de CO2.
O PODER DAS PEQUENAS HIDROELÉTRICAS
Os projetos de usinas hidroelétricas de pequena escala usam o fluxo natural das águas dos rios para gerar eletricidade. Unidades hidroelétricas familiares contam com pequenas turbinas que usam o fluxo da água para gerar eletricidade para casas.
- Mais de 100 mil famílias no Vietnã usam pequenas turbinas de água para gerar eletricidade.
- Mais de 45 mil pequenos projetos de pequenas hidroelétricas estão sendo usados na China, gerando energia para mais de 50 milhões de pessoas.
O PODER DO VENTO
O vento existente nos seis continentes do planeta é suficiente para suprir o consumo mundial de energia em mais de quatro vezes o nível atual de consumo. A energia eólica já é uma história de sucesso, gerando eletricidade para milhões de pessoas, empregos para dezenas de milhares de seres humanos e bilhões de dólares de lucro.
- Na China, a capacidade de geração de energia através do vento dobrou em 2002.
- Desde o início dos anos 70, o governo dinamarquês apóia o desenvolvimento e a implementação de uma forte indústria de energia eólica, especialmente através de abatimentos em impostos e investimentos públicos. Na Dinamarca, existem mais pessoas trabalhando na indústria de energia eólica do que na pesca.
- Na Mongólia, geradores portáteis de energia eólica são bastante usados por povos nômades em lâmpadas, rádios e outros aparelhos elétricos.
O PODER DO SOL
A luz solar que ilumina a Terra a cada hora é suficiente para suprir as necessidades humanas por um ano inteiro. Há muitas maneiras de utilizar esta fonte de energia:
- Coletores solares térmicos, que podem aquecer a água e o ar para casas e instalações industriais; ou energia solar fotovoltaica (PV), que gera eletricidade diretamente a partir da luz do sol. Simples, confiável, segura, e silenciosa, é uma eletricidade livre de qualquer poluição.
- Países em desenvolvimento instalaram mais de um milhão de sistemas domésticos de energia solar.
- Existem aproximadamente 150 mil sistemas domésticos de energia solar no Quênia, mais de 100 mil na China, 60 mil na Indonésia e mais de 300 mil lanternas solares na Índia.
Evidentemente a “Revolução Verde” no setor de energia limpa não é uma panacéia contra o aquecimento global e a degradação ambiental. Diversas outras ações são necessárias no sentido de evitar o desperdício como: tratar e aproveitar o lixo, aumentar a eficiência energética e o uso de matérias-primas na produção e no modo de vida, reduzir o consumo supérfluo, incentivar a alimentação orgânica e vegetariana, etc. No entanto, não resta dúvida que a substituição da energia fóssil pela energia renovável e não emissora de CO2 é fundamental para a redução da Pegada Ecológica em todos os países do mundo.
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